NOTA DE ESCLARECIMENTO

A ACBr vem, por meio da presente Nota de Esclarecimento, considerar o impacto do Comunicado Conjunto ABPMC/ACBr na nossa comunidade, divulgando esta Nota para melhor esclarecer alguns pontos lá tratados.

Naquele Comunicado Conjunto, não há qualquer menção ao fato da senhora em pauta ser ou não associada às associações que o publicaram. Antes, o que se expressou foi a ausência de registros da participação ativa, compreendida como a contribuição relevante em eventos, como palestrante ou apresentadora de trabalhos e da oferta de extensiva publicação científica na área. São estes registros que constituem a contribuição que, ao longo dos anos, permite à comunidade profissional avaliar, qualificar e reconhecer um estudioso como seu membro pleno ou experiente. Ser um iniciante, neste contexto, descreve tão somente uma história ainda no início de sua construção, notadamente na Análise do Comportamento.

Como uma associação de profissionais da área, requeremos grandes cuidados para referendar um dado profissional ou uma dada prática.  Contudo, isso não equivale a uma declaração valorativa, quer positiva, quer negativa. Como dito acima, não se encontrando indicadores históricos que permitam uma avaliação, ainda que preliminar, singelamente não podemos referendar.

Essa história profissional é mais importante ainda quando as habilidades e conhecimentos da Análise do Comportamento são dirigidos ao tratamento dos TEA e quadros assemelhados. Mais importante pela extrema delicadeza e sutileza do manejo técnico, pelo rigor necessário para a manutenção da integridade do tratamento e por exigir um domínio amplo e fluente do corpo teórico da Análise do Comportamento em toda a sua extensão para a condução fundamentada das particularidades idiossincráticas que são típicas desses transtornos. Igualmente pesam a vulnerabilidade do cliente e da sua família ou tutores, por raramente possuírem, estes, informações que lhes permitam selecionar e avaliar um tratamento oferecido. 

Com a evolução da nossa área, este conjunto de conhecimentos e habilidades transcende em muito o domínio de técnicas específicas e demanda anos e anos de estudos e supervisão competente e intensiva para ser adquirido.  

No nosso país, onde a Análise do Comportamento tem, pela primeira vez, a oportunidade de demonstrar seu poder terapêutico e explicativo para a população leiga, através do tratamento analítico-comportamental do autismo e quadros assemelhados, a questão se reveste de especial interesse. Tratamentos conduzidos sem a amplitude de conhecimentos e habilidades necessárias podem falhar em demonstrar os bons resultados que a nossa ciência lhes permite obter e, nesta hipótese, vir a comprometer a credibilidade não somente do erroneamente chamado “método ABA”, mas sim da Análise do Comportamento como um todo, em todas as suas dimensões. 

A ACBr não encontrou nenhum júbilo em se ver compelida a vir a público zelar pela comunidade científica que representa no nosso país. Muito pelo contrário, lastimamos profundamente que uma ação como aquela nos tenha sido imposta por nossas obrigações estatutárias, as quais desposamos, de agir na defesa enérgica dos interesses maiores da Análise do Comportamento em nosso país, o que sempre faremos.

Esperamos que episódios como este não voltem a se repetir ou que, pelo menos, sejam a absoluta exceção. Que possamos colocá-lo no nosso passado, permanecendo somente como referência de aprendizado para todos nós. 

Associação Brasileira de Análise do Comportamento – ACBr
(Associated Chapter da Association for Behavior Analysis International – ABAI)

 

Clique aqui para acessar a nota em PDF