Caros Sócios,

Junto com os nossos votos de Boas Festas para cada um de vocês e os seus, segue também nossa alegria por mais um ano da ACBr. Um ano encerrado com a passagem da direção para as competentes mãos do Dr. Marcos Roberto Garcia e Dra. Silvia Murari. Melhores notícias não poderíamos dar do que a certeza da continuidade da ACBr como uma comunidade viva de Analistas do Comportamento.

Nós, estudantes da Análise do Comportamento, continuamos firmes com o compromisso original da ACBr, qual seja o de se manter como uma associação voltada para o avanço, a disseminação e a proteção da nossa ciência.

A Análise do Comportamento vem cada vez mais se firmando como um modelo explicativo das ações humanas que oferece dois diferenciais únicos: a exigência de uma natureza física, natural, dos fenômenos que estudamos e a exigência da fundamentação empírica das nossas asserções sobre eles.

Dizer o acima, é dizer que mantemos três categorias de análise: o respondente, o operante e o operante discriminado. Estas análises incidem sobre os processos físicos do reforçamento, da discriminação e da generalização.

A denominação da nossa ciência, Análise do Comportamento, tem sido apropriada por modelos explicativos que não cumprem essas exigências e, no entanto, requerem para si esta qualificação. Este fato mais do que qualquer outro, justifica a existência e a ação viva da ACBr, não para se sobrepor a outras formulações, mas para manter clara a identidade da Análise do Comportamento.

Seguimos o ano assombrados pela continua proliferação de “Terapeutas ABA” que igualmente se apropriam do nome de uma das nossas aplicações, a Análise do Comportamento Aplicada ao tratamento dos TEA. A reprodução, com maior ou menor fidelidade dos aspectos puramente técnicos desta aplicação não é uma Terapia ABA. É importante manter presente a denúncia desta distorção, pois a Análise do Comportamento como ciência e as suas aplicações sofrerão as consequências adversas que certamente virão destas tentativas insuficientes e parciais.

Sem a evolução da ciência básica, as aplicações estão condenadas a se repetir. Daí nosso foco firme na ciência básica e nas aplicações que nela se fundamentam e que apresentam evidências empíricas das suas produções. Existe uma notável diferença entre uma boa fala sobre ciência e ciência propriamente dita. Com palavras se pode fazer boa filosofia, mas ciência se faz com dados.

Mantenhamos então viva a advertência de Pope (Alexander Pope, 1688-1744): “Um pouco de conhecimento é uma coisa perigosa. Beba profundamente ou nem prove.”

Boas Festas!
Roosevelt R. Starling